Radioamadorismo:
Hobby ou Ciência?
"RONDON
– O Comunicador", Cândido Mariano da Silva Rondon Parte
7
Em 1913 Rondon recebeu telegramas dos Ministros da
Guerra, Viação e Exterior sobre a escolha de seu nome para organizar
a comissão que deveria acompanhar o Sr. Roosevelt, ex-presidente dos
Estados Unidos, na sua viagem através do Brasil. Foi nessa viagem
pelo interior do Brasil que Rondon descobriu o Rio da Dúvida,
afluente do Madeira, de que muitos duvidam da existência, daí o
nome. Diz-se que o roteiro traçado para o passeio de Roosevelt havia
sido preconcebido por Rondon, para esse fim. A missão, que durou de
dezembro de 1913 a maio de 1914, começou em Cuiabá e terminou em
Manaus, num total de 3 mil Km. De maio de 1914 a novembro do mesmo
ano, foi total sua dedicação à instalação das linhas
telegráficas do Amazonas, ligando o Vale do Ji-Paraná ao Janari,
atravessando um contraforte da Cordilheira dos Parecis. Um ano depois,
estava terminada a linha.
Voltando ao interior em 1915, dedicou-se ao
levantamento geográfico de regiões do Mato Grosso. Estudou o Vale do
Araguaia, completou o levantamento dos vales do Madeira e do Paraguai,
descobriu o Rio Juruena, traçou o divisor das águas do Paraná com o
Taquari e o Aquidauana, levantou a cabeceira de mais cinco rios,
delineou seus limites, o do Xingu com o Cuiabá e o das Mortes,
caracterizou diferentes serras e a extremidade norte da Serra dos
Parecis.
De 1920 a 1922, Rondon dedicou-se à retificação
dos levantamentos já realizados, à construção da linha
telegráfica Aquidauana-Ponta Porã, com 508 Km de extensão, e à
instalação, no Rio, de um escritório central. De 1927 a 1930,
Rondon percorreu as fronteiras do Brasil, delimitando-as
definitivamente com a Venezuela, Guianas, Bolívia e a do Paraná –
Santa Catarina com Paraguai e Argentina. Resolveu, ainda, como
mediador, questões de fronteiras com o Peru e a Colômbia.
Rondon e os Índios
Empolgado, desde muito cedo, pelo problema do
brasilíndio, Rondon dedicou sua vida a serviço do índio.
"Morrer se necessário for; matar nunca!"
Este o Lema que acompanhou Rondon e seus comandados, no contato com os
índios. Sua política de atração, mesmo quando atacado – e
quantas vezes tal ocorreu – era sempre a mesma: recuar, deixando nas
clareiras presentes aos índios, sem disparar um só tiro. Aí, ficava
dias à espreita, deixando, vez por outra, mais presentes.
Quando ia ao Rio de Janeiro sempre lutava junto aos
escalões superiores, pelo amparo aos índios, contra a miséria e a
insalubridade na qual viviam. E os exaltava, pela colaboração que
lhe prestavam nas missões que empreendia.
E lutava com denodo pela fundação de um órgão
que os protegesse, amparasse.
Em 7 de setembro de 1910, o Presidente da
República Nilo Peçanha fundou o Serviço de Proteção ao Índio e
Trabalhadores Nacionais.
Em 1939 Rondon foi designado para Presidente
Honorífico do novo Conselho Nacional de Proteção ao Índio, hoje,
Fundação Nacional do Índio – FUNAI. Enfrentou os perigos da
selva, o desconforto dos acampamentos em plena mata, os enxames de
muriçocas, borrachudos. A tudo suportou com estoicismo, jamais
recuando, sempre severo, quando em ações, na exigência à
disciplina por parte de seus comandados, no que não transigia de
maneira alguma. Mas mostrava-se insolitamente dócil quando se tratava
de um índio.
Justo Reconhecimento
A 19 de janeiro de 1958, com 93 anos, morre
Cândido Mariano da Silva Rondon, comunicador e integrador por
excelência, que está na consciência do povo brasileiro. Em sua
homenagem foi dado o nome de Rondônia à grande Região desmembrada
dos Estados de Mato Grosso e Amazonas por onde ele passou em 1909, em
viagem de descoberta.
Sua obra no setor de Comunicações serviu de base
para os trabalhos hoje realizados pelo Ministério das Comunicações
em todo o país. Fronteiras fixadas por ele, com imensas dificuldades,
foram definitivamente delimitadas pelo Ministério das Relações
exteriores. De sua política e pesquisa com índios resultou a FUNAI.
Portanto, é uma justa e merecida homenagem que, no
dia 5 de maio, data do aniversário de Cândido Mariano da Silva
Rondon, celebre-se no Brasil o "Dia das Comunicações".
Bibliografia:
Linhas de Comunicações, Jaroslav Smit, Editora Érica, 3ª
edição, 1988, São Paulo. |